Caracterização e viabilidade técnica de aplicação de tijolos ecológicos em habitações populares: uma contribuição à sustentabilidade ambiental
DOI:
https://doi.org/10.6008/CBPC2674-6492.2022.001.0004Palavras-chave:
Tijolos ecológicos, Cinza do bagaço de cana de açúcar, Torta de filtro, Compostagem, Atividade pozolânicaResumo
O crescimento populacional e o aumento no número de indústrias no Brasil acarretaram maior geração de resíduos. Um exemplo são as usinas sucroalcooleiras, que vem aumentando sua produção e com isso a preocupação com uma destinação final correta aos resíduos. Este artigo caracteriza amostras de cinza de bagaço de cana-de-açúcar (CBC) e composto (mistura de cinzas e torta de filtro) afim de produzir e avaliar a viabilidade técnica de tijolos ecológicos, propondo uma proporção adequada para adição desses materiais alternativos na fabricação de tijolos que possam ser aplicados em habitações populares, obedecendo os padrões estabelecidos por norma. As produções de tijolos ecológicos foram realizadas nos traços 1:1:5, 1:2:4 e 1:3:3 (cimento: resíduo: solo), assim como um traço controle de 1:6 (cimento: solo). As amostras de cinzas e composto foram caracterizadas através de granulometria, compactação, atividade pozolânica, DRX e FRX, enquanto os tijolos fabricados foram testados quanto a resistência a compressão, umidade e absorção de água. As amostras testadas se mostraram promissoras para utilização como agregado miúdo na produção de tijolos. Apesar de somente a amostra de cinzas ter apresentado resultado satisfatório para atividade pozolânica, os traços 1:1:5 com ambos os resíduos e 1:2:4 com composto, tanto para os ensaios de resistência à compressão quanto para absorção de água, se mostraram satisfatórios resultando em 4,25 MPa e 15,58% para o traço 1:1:5 com CBC, 4,25 MPa e 14,88% para o traço 1:1:5 com composto e 1,99 MPa e 19,21% para o traço 1:2:4 com composto, atendendo o mínimo estabelecido pela NBR 8491 (2013) para o uso de tijolo solo-cimento-resíduo. Os subprodutos serão reutilizados dentro do contexto de economia circular e dos pilares da sustentabilidade, evitando o descarte na natureza. Além dos benefícios ao meio ambiente, amplia de forma desejável o espectro da construção civil, possibilitando sua aplicação em imóveis populares, fomentando o desenvolvimento local do estado do Mato Grosso do Sul e diversificando as possibilidades de execução, sendo possível a aplicação em proporção adequada da cinza ou composto, que não haviam sido estudados em conjunto até o momento.
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